30 de dez. de 2011

Porta Treco

Ainda sinto seu tocar pelo caminho, seu hálito, sua pele... Antes fosse só o nada, seria mais fácil recordar-te, esquecer-te, não desejar-te. Mas o toque é que me perturba. Tocá-la, ah... como me satisfaz lhe tocar, sentir e vaguear junto aos traços, pois como uma tortura a vontade insiste em voltar proporcionando devaneios, cada qual de uma beleza incomum.  Mesclada com sutileza e rodeada de estranheza carrega, como se carrega uma pena, embriaguez. A distração sempre foi bem vinda por estas bandas, conquanto não se possa observar duas jabuticabas, tais quais, persuasivas que só, sem deixar-me afogar em ti, visto que a profundidade ainda encontra-se inexplorada, se teria pé para tamanha façanha continua uma incógnita, ou seria mais fácil atraí-las lampejantes. Funciona como um jogo, mas não um jogo entre iguais. Não há certeza de réstia glorificada para quem não pretende encurralá-las. Igualdade é escória, todavia a beleza da desigualdade não se reflete no nada, e quando lhe ocorre ser vulnerável, correr, puxar, abraçar, olhar, beijar... resolverá, no entanto, um imediatismo mediato. É só isto? Gostaria que fosse, mas isso, ou apenas isto, não se resume nem ao primeiro notar do brilho fosco de seus olhos.

* por P.S.V.B.

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